quinta-feira, 1 de setembro de 2011

PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL


INTRODUÇÃO

A urbanização do Brasil iniciou no século XVI, desde a colonização dos portugueses, com a plantação da cana de açúcar que levou ao desenvolvimento de atividades urbanas como: comércio, empréstimo bancário, transportes marítimos, e assim foram surgindo às primeiras cidades brasileiras ao longo do litoral, principalmente na região do nordeste.
Essas cidades, eram os centros de comercialização do açúcar, que instalaram-se representantes do governo da metrópole portuguesa, para exercer o controle das atividades da colônia.  Em 1549, o primeiro governador-geral Tomé de Sousa fundou Salvador, que passou a ser a capital, sede de organização política, jurídica e administrativa da colônia. Recife e Olinda foram duas cidades mais importantes daquela época, do ponto de vista econômico, as cidades limitavam- se a ser um elo com o mercado europeu.
Portanto a lavoura canavieira permitiu apenas um pequeno crescimento urbano, definindo uma característica que se tornou marcante no Brasil durante cerca de dois séculos: a existência de uma frágil vida urbana, constituída por algumas cidades, localizada no litoral nordestino.
O começo do século XVIII, quando a mineração deslocou o eixo da economia brasileira do litoral para o interior, sugiram varias cidades, pequenas, e medias, nos lugares em que os recursos minerais (ouro e pedras preciosas) eram controlados.
A mineração favoreceu uma divisão territorial do trabalho entre o campo e a cidade. Isso porque, aqueles que extraíam o ouro não tinham nenhum interesse em se ocupar da plantação de gêneros alimentícios.
Assim, pela primeira vez estabeleceram- se intensas relações comerciais entre o nordeste açucareiro, o centro minerador, e o sul pecuário da colônia. Dessa forma sugiram cidades com Cuiabá, Barbacena e Ouro Preto (antiga Vila Rica), Sabará, São José Del-Rei, Mariana, Cárceres, Goiás (antiga Vila Boa) e outras. O Rio de Janeiro, onde se localizava o grande porto exportador de ouro, tornou- se a capital da colônia em 1763, o que explica por que não tardou a transformar-se numa grande cidade.
Apesar da mineração, ter provocado um crescimento urbano considerável, as cidades criadas nas regiões das minas entraram em crise quando as riquezas minerais se esgotaram, nessa época continuou predominando no Brasil uma vida urbana com poucas cidades grandes.
No final do século XIX, a lavoura cafeeira provocou um crescimento significativo nas pequenas e médias cidades, que teve características itinerantes, o cultivo do café com o emprego e as técnicas aplica no solo. Esse processo foi esgotando onde era realizado e se estendendo para outras áreas. Isso explica o surgimento de muitas cidades, no eixo Rio de Janeiro e São Paulo, depois avançando por todo interior do estado de São Paulo e atingindo o norte do Paraná. Um grande número de cidades cresceu ao longo das ferrovias construídas para transportar o café.
Entretanto, os capitais provenientes da exportação do café concentram- se em duas grandes cidades: primeiro no Rio de Janeiro, que possuía 272.972 habitantes em 1872 (enquanto São Paulo possuía apenas 313.85 habitantes) e depois em São Paulo, que em 1900 já possuía 239.820 habitantes. Na verdade, a lavoura cafeeira trouxe mais benefícios à cidade de São Paulo, particularmente a partir do momento em que a exportação de café passou a ser feita pelo porto de Santos. 
O processo de urbanização do Brasil deu inicio no século XX. A revolução industrial provocou profundas transformações nas cidades, que se expandiram muito. Uma vez que afirma- se, nos dias atuais, a industrialização e urbanização caminham. Em primeiro lugar, porque a industrialização moderna se concentra no espaço urbano, segundo, porque foi a partir da Revolução Industrial que se desenvolveu um enorme processo de urbanização de toda sociedade.
A grande concentração de pessoa deve- se a vários fatores, de um lado, as primeiras máquinas exigiam um grande número de trabalhadores morando perto das fábricas; de outro, a comercialização dos bens industriais exigia estabelecimentos comerciais, que são próprios do meio urbano. Além disso, a infra-estrutura criada para atender ás necessidades e aos interesses de determinadas fábricas como, por exemplo, a aberturas de ruas e estradas, a instalação de água encanada, o estabelecimento de meio de comunicação, o fornecimento de energia e outros, acabaram atraindo novas indústrias e aumentando a concentração de pessoas nas cidades.
Dessa forma o espaço urbano crescia com a industrialização, o campo também sofria importantes mudanças que foram introduzidas na agropecuária, o que aumentou consideravelmente a produtividade. A mecanização da agricultura diminuiu a necessidade de mão-de-obra no campo, enquanto crescia a necessidade de trabalhadores nas fábricas. Isso fez os moradores do campo se deslocar- se para as cidades, onde ficou conhecido como migrações rural-urbanas.          
Assim, a população urbana passou a crescer bem mais do que a população rural, o que caracteriza o processo de urbanização. Este processo se diferencia do simples crescimento urbano, que diz respeito apenas ao crescimento das cidades. Para haver urbanização, é preciso que a população urbana aumente em relação á população total do país.
Quando a atividade industrial passa a comandar a economia de um país, este se torna um país urbano.  Portanto, a industrialização de país é sempre acompanhada pela urbanização, ou seja, há uma diminuição da população rural em relação á população urbana.

A REDE URBANA BRASILEIRA

A atual rede urbana brasileiro também é uma conseqüência do processo de industrialização. Em outras palavras, a industrialização brasileira, com centrado especialmente em são Paulo e que deu início a formação de uma rede urbana comandada por duas metrópoles São Paulo e Rio de Janeiro e constituída por milhares de cidade. Segundo Rodrigues, 1994, p 245 “A industrialização gerou maior divisão social e técnica do trabalho e crescente especialização das atividades... ’’      
Atualmente, o que caracteriza uma grande cidade é a prestação de serviços especializados. Assim é nas grandes cidades que se concentram os bancos, instituições financeiras poderosas, os recursos médicos mais avançados, as universidades, o laboratório de pesquisa as empresa que desenvolve programas de tecnologia avançada e outros.  Por isso as cidades smaior têm maior capacidade de polarização sobre as outras. 
No Brasil, alguns desses serviços modernos e os produtos industrializados de maior tecnologia são oferecidos apenas por São Paulo ou apenas pelo Rio de Janeiro, por isso tornaram-se as duas metrópoles nacionais, que polarizam o restante do país. Segundo Santos 2009, p 10, ”A grande cidade torna-se o lugar de todos os capitas e de todos os trabalhos... ’’ 
Desde o final da década de XX, São Paulo vem exercendo uma liderança mais forte devido ao seu crescimento industrial. Essas metrópoles apresentam um setor terciário qualificado (serviço mordendo e especializados) e uma indústria moderna e diversificada.                       

AS ÁREAS METROPOLITANAS BRASILEIRAS

A rede urbana estendeu por todo o território brasileiro, apresentando- se várias modificações. Atualmente, uma das características mais importantes, do processo de urbanização no Brasil é o elevado crescimento da população que vive nas grandes cidades em relação ao ritmo de crescimento da população.
Esse elevando crescimento das metrópoles nacionais e regional fez surgir às chamadas áreas metropolitanas: a atividade industrial cresceu tanto que a grande cidade se estendeu para as cidades vizinha inicialmente, e logo avançou sobre as demais.
Esse conjunto de cidades contigua passou a construir, na prática, uma única e imensa área urbana, como exemplo de áreas metropolitana podemos citar a Grande São Paulo e o constituída pela enorme aglomeração formada pelas cidades de São Paulo, Osasco, Guarulhos, Santo Andre, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mugidas Cruz, Mauá, Diadema e outras. Grande rio de janeiro compreende os municípios do Rio de Janeiro, novas Iguaçu Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias São João Meriti e outro.
A profunda relação entre essas diversas cidades que na verdade fazem parte de uma única e grande área urbana, deixou claro que inúmeros problemas urbanos só poderiam ser enfrentados de maneira conjunta. Por isso, foram estabelecidas por lei as áreas metropolitanas no Brasil cujo objetivo é trata de forma global os problemas urbanos que atingem, ao mesmo tempo, o conjunto da área metropolitana.
              As metropolitanas nacionais e as metrópoles regionais brasileira foram classificados em nove áreas metropolitanas:  Grande São  Paulo , Grande Rio de Janeiro , Grande  Belo Horizonte , Grande Porto Alegre , Grande Recife , Grande Salvador, Grande Fortaleza, Grande  Curitiba  e Grande Belém. Cada uma dessas áreas metropolitana possui uma cidade principal- a metrópoles – e cidade a ela conturbadas ou vizinha, formado aglomera dos urbanos com no mínimo 1,7 milhão de habitante (Belém), ate 17,6 milhões de habitante (São Paulo).
Além dessas nove áreas metropolitana, existem ainda mais três cidades brasileiras (Brasília, Manaus e Goiânia), com mais de 1 milhão de habitantes.




OS PROBLEMAS DA DESIGUALDADE SOCIAL

Nos países subdesenvolvidos, as diferenças entre ricos e pobres são muitos maiores que nos países desenvolvidos. Aas nações pobres da maioria da população é mais agravada ainda pelo fato da renda estar concentrada nas mãos de uma minoria. Comumente, os 10% mais ricos detêm 40% ou 50% da renda nacional, isto é, da riqueza do país, e os 60% mais pobres ficam com apenas 25% ou até menos.
Já nos países desenvolvidos, os 10% mais ricos normalmente não detém acima de 30% da renda nacional, os 60% mais pobres dispõem de, no mínimo 35% da riqueza total do país.
Existem desigualdades sociais em todas as nações. Porém, nos países subdesenvolvidos os pobres são mais pobres e os ricos são mais privilegiado. Há nesses países maior distância entre pobreza, isto é, maior desigualdade social. Por isso, ao lado do luxo de alguns, encontra-se a miséria de muitos, uma minoria de pessoas possui carros caríssimos e mansões com inúmeros empregados; por outro lado, grande maioria dos trabalhadores é mal renumerada e um número intenso de pessoas vive em favela cortiços ou mesmo nas ruas, sem ter sequer o suficiente para alimentar.
Nos países desenvolvidos a situação é bem diferente, mesmo as pessoas mais ricas têm dificuldade em encontrar e manter empregados domésticos, que não existem. Em compensação, as pessoas com baixos rendimentos como os faxineiros, pedreiros e outros, possuem boas chances de ter casa própria e muitas vezes até automóveis. 

A INTEGRAÇÃO DO BRASIL URBANO E AGRICOLA


Para avaliar esse novo Brasil com fidelidade, pode-se partir da concepção de Brasil urbano e de Brasil agrícola. O Brasil urbano desenvolve-se sob o comando das atividades terciárias (comércio, prestação de serviços) e secundárias (indústria de transformação), e sua população vive em cidades. Apesar de funcionar segundo os interesses das atividades tipicamente urbanas, esse Brasil também é marcado pela importante presença de atividades econômicas tradicionais, como o artesanato. Contêm, ainda, elementos tipicamente agrícolas, como cinturões verdes e nas novas hortas urbana que abastecem as populações das grandes regiões metropolitanas e produzem alimentos para outros núcleos urbanos. Grande parte das verduras consumida em Belém do Pará, por exemplo, é produzida no cinturão verde de São Paulo.
“Graças à revolução contemporânea da economia e da sociedade, e como resultado do recente movimento de urbanização e de expansão capitalista no campo pode admitir, de modo geral, que o território brasileiro se encontra, hoje, grosseiramente repartido em dois grandes subtipos, que agora vamos denominar de espaços agrícolas e espaços urbanos” (SANTOS, 2009, P. 73).
  
O Brasil agrícola apresenta uma vida econômica comandada pelos interesses das atividades, mas integrasse plenamente as principais formas de produção urbanas e apresenta elementos marcadamente urbanos.
O setor primário brasileiro absorveu, nas ultimas décadas, todos os tipos de modernização que possibilitaram a expansão da produção agrícola e pecuária. A produtividade aumentou e o setor integrou-se aos principais mercados consumidores nacionais. Essa modernização foi produzida nas cidades, onde se encontrar a pesquisa cientifica e a atividade industrial, que deram suporte à mecanização da cultura e à incorporação dos principais avanços da indústria, química e da biotecnologia.

POPULAÇÃO URBANA E RURAL


A população urbana se deferência da população rural tanto pela forma de ocupação do espaço como pelas atividades econômicas que desenvolve. No meio urbano a população se concentra num espaço totalmente humanizado e dedica-se as atividades industriais, comerciais e de prestação de serviço. É nas cidades que melhor se observa a ocupação do espaço pelo o homem, a rede de transportes, o principal mercado consumidores e a origem das inovações técnicas.

“(...) O caso das regiões metropolitanas é o exemplo limite. São áreas onde diversas “cidades” integram com grade freqüência e intensidade, a partir de uma independência funcional baseada na infra-estrutura, urbana nas possibilidades que esse fato acarreta para uma divisão do trabalho interna bem mais acentuadas que em outras áreas (...)” SANTOS, 2009, P.75.  

Nessa cidade predominavam os princípios da liberdade econômica, que influenciavam todos os aspectos da vida da população. As lojas se estalavam nas ruas mais movimentadas atraia cada vez mais um numero maior de consumidores, daí o espaço urbano se valorizava.
Os terrenos e as propriedades urbanas transformaram-se em propriedades privada, originando novos bairros e estabelecendo o comércio de imóveis e a especulação, as residências passaram a ser construídas de modo caótico, nos poucos espaços que sobravam entre fabricas e ferrovias.

              CONSIDERAÇÕES FINAIS

              De acordo com os estudos feitos sobre o processo de urbanização brasileira, desta que, a industrialização colaborou para o crescimento das cidades, e da população, devido à migração da zona rural para a zona urbana no período da Revolução Industrial.
              Portanto, essa urbanização provocou uma centralização nas grandes metrópoles, surgindo assim, às redes urbanas com uma estrutura econômica que abrange outras cidades vizinhas.
Entretanto, a rede urbana cresceu em todo território brasileiro, trazendo consigo as modificações que são umas das características fundamentais no processo de urbanização, contribuindo para a formação da população.

REFRÊNCIAS

GUERRA, Antonio José Teixeira. Impactos ambientais urbanos no Brasil. Rio Janeiro: Bertrand Brasil.2001.
SPERIDIAÕ, Faissol. Urbanização. Relações com o desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro, IBGE, 1975.
SANTOS FILHO, Milton. O processo de urbanização no Oeste – Baiano. Recife, UDENE, 1989.
SANTOS, Milton. Urbanização brasileira. 5. Ed. São Paulo. Universidade de São Paulo. 2009.
RODRIGUES, Arlete Moysés. Moradia nas cidades brasileiras. São Paulo, contexto, 1994

Nenhum comentário:

Postar um comentário